Luanda - O Governo angolano prevê aumentar a actual cifra de 0,6 por cento para três por cento da taxa de penetração do sector dos seguros no Produto Interno Bruto (PIB) até 2029, informou esta quinta-feira, em Luanda, o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.
Segundo o dirigente, nos últimos quatro anos, os prémios de seguros cresceram mais de 100 por cento, sendo que em 2020 fixaram-se em 223,8 mil milhões de kwanzas, passando para 473,7 em 2024.
Intervindo no penúltimo dia do seminário regional das Associações das Instituições Reguladoras de Seguros da África Subsaariana “IAIS”, que decorre em Luanda até sexta-feira, reafirmou que a taxa de penetração permanece em 0,6 por cento do PIB é baixa,
mas que com um potencial enorme a explorar.
Conforme Otoniel dos Santos, o Ramo Vida, embora minoritário, cresce de forma promissora, enquanto o pagamento de indemnizações aumentou 74 por cento, facto que reforça a confiança no sector.
Para este resultado, explicou, contribuiu significativamente o novo quadro legal, concretamente a Lei nº 18/22, que trouxe uma supervisão baseada no risco, no reforço dos requisitos prudenciais, na valorização e mediação profissional, assim como na
criação de um espaço para a inovação digital.
“Angola dispõe de um sistema regulatório mais robusto, credível e preparado para os desafios emergentes”, frisou.
Segundo o secretário de Estado, para atingir essa meta (3 por cento do PIB), o Ministério das Finanças assumiu o desafio de expandir o seguro agrícola e micro, os seguros paramétricos, sobretudo em zonas rurais, fomentar um ecossistema de inovação
digital e implementar a estratégia nacional de inclusão financeira.
Neste quadro, Otoniel dos Santos destacou a implementação do regime de insolvência na base de riscos, a adopção de IRF 17 para transparência e comparabilidade, o reforço da conduta de mercado e reforço do consumidor, entre os eixos estratégicos da
ARSEG.
A presidente do conselho de administração (PCA) da ARSEG, Filomena Manjata, disse que os 52 delegados de 14 países que participam no seminário, debateram os desafios do sector e partilharam experiências para o reforço dos laços de cooperação
institucional.
Para a gestora da ARSEG, o futuro do mercado de seguros da África Subsaariana depende da capacidade dos países do continente trabalharem em unidade, com vista a atingirem maior robustez e sustentabilidade.
Sobre o seminário, que iniciou no dia 28 de Abril último, considerou de impulsionador para alinhar estratégias políticas para os desafios futuros, a partir da troca de experiência num sinal de que a África subsaariana está alinhada no propósito de
evoluir e consolidar sistemas de supervisão.
“Precisamos de uma supervisão mais forte, transparente e preparada para os desafios do futuro”, frisou. OPF/OHA
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